Semana Mundial do Brincar

    Publicado por:  Caroline Kupczki Krezko

 

“O Brincar que abraça as diferenças”

Oba! Hoje os Vovôs e as Vovós vieram brincar...

A brincadeira está no cotidiano do CMEI Dr. Eraldo Kuster.

É impossível não brincar em um ambiente de Educação Infantil. Está na essência da criança.

Nesse abraço ao diferente, o território do brincar das nossas crianças foi povoado pelos avôs, avós e ou outros familiares, nesta terça-feira, dia 28/05/19.

As diferenças, nesse caso foram os tempos de infância, às marcas do tempo, os movimentos lentos, contrastando com o desabrochar da vida, a ligeireza e agilidade dos pequenos/as.

Os gestos, a ternura dos olhares, convergiam numa simbiose perfeita! O objetivo não era promover semelhanças, nem diferenças e menos ainda comparar. No entanto foi impossível ignorar as semelhanças da alegria, da inocência, nos gestos simples e da pureza dos sentimentos.

Carlos Drummond de Andrade diz que “há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons”. Assim como dizem que “a velhice representa a segunda infância.

A sabedoria da vida está presente nas duas etapas, uma pelas experiências vividas e a outra pela falta de experiência, ambos escolhem o que realmente importa a simplicidade, o vento no rosto, o cheiro, o abraço, o sorriso, as relações singelas, a brincadeira.  E foi assim os encontros.

 Os avôs e avós, tinha até bisa, foram se achegando e se juntando as crianças nas conversas, nas brincadeiras.  Foram tantos chamegos e trocas, sendo difícil precisar, quem ensinou mais, se os netos/as ou os avôs/avós.

As crianças foram logo apresentando os espaços, contando o que fazem, ensinando os avós/avôs como fazer.

Os avós/avôs voltaram no tempo; participando de uma roda de conversa no Pré I, ao falar sobre a cultura da infância do tempo deles, as brincadeiras inocentes, nas ruas, na roça; seja no ambiente urbano, ou rural, eles podiam correr livremente e as brincadeiras e brinquedos era construída por eles, a bola de meia, a peteca com penas que juntavam do chão, a boneca de pano, (a minha boneca era de espiga de milho), os carrinhos de madeira, a casinha de barro; nas memórias infantis, alguns se lembraram do momento mágico, quando nevou em Curitiba em 1975. As crianças de um tempo tão diferente quiseram saber se havia Shopping Center e então contaram sobre o Shopping Muller o primeiro Shopping construído na nossa cidade.

Depois foi a vez das crianças contarem história às avós.  As crianças Ian antecipando a história, Os Três Ursos, contada pela professora. Não havia acontecido ensaio e nem combinado. As crianças fizeram questão de mostrar o protagonismo na participação da história que faz parte do repertório, do cotidiano deles.

Nessa infância vivida em tempos diferentes, as crianças realizaram, na sala de experimentos, uma atividade com ajuda da tecnologia. No retroprojetor elas projetaram na parede os desenhos que haviam realizado em um material transparente pela manhã. Contextualizadas desenharam a chuva, os avós, brincadeiras rendendo belas conversas e admiração de um lado e de outro.

Assim a tarde seguiu sem presa, daria até para eternizar a beleza e a ternura de alguns momentos: o Alan primeiro ensinou a vovó desenhar e depois colocou a Avó atrás de uma cortina transparente e desenhou o rosto da avó.  O Benjamin do BII se esticava todo para alcançar o vai-e-vem e assim aprender com a Avó como brincar. Os jogos de tabuleiro, as brincadeiras com carrinhos, a amarelinha e tantas outras brincadeiras que pareciam não ter fim. Teve crianças que foi adotada por outros avós, o Gabriel do MII mais que depressa se aproximou do Avô da Saori, o Carlos se encostou tão à vontade no Avô do Bernardo do pré I, que daria para confundir quem era o neto; No momento da sopa foi extraordinário a vovó, o vovô alimentar, acompanhar os netos na alimentação, acompanhar na higiene e em todas as situações que a criança solicitava. Tudo bem que algumas que normalmente se alimentam e fazem a higiene sem a mediação do adulto, fizeram um charminho só para os avós ajudarem. Tão gostoso receber o olhar e olhar para aqueles que amamos.

Tão gostoso a convivência com os mais velhos, com os avôs/avós. Tão gostoso essa convivência; tão gostoso abraçar a diferença na brincadeira e brincar com a diferença...

 

Autor: Dr. Eraldo Kuster, CMEI | Fonte: Ivete Bussolo
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