Que tal a Alegria da oportunidade de dar e receber presentes?

    Publicado por:  Caroline Kupczki Krezko

Que tal a Alegria da oportunidade de dar e receber presentes?

As crianças na primeira infância têm o olhar voltado para si mesma. Na sua concepção o mundo está posto para lhe dar prazer, para fazer as suas vontades.

Por mais que no cotidiano elas vivenciem um ambiente de coletividade, dividendo o mesmo espaço, com mais 17, 21, 29 crianças com idades semelhantes às suas e com a mesma concepção de que tudo é meu; se faz necessário permanente intervenção para que a criança consiga enxergar na perspectiva do, da outro (a).

E, quando o assunto é natal, ganhar presentes, nesse caso a história fica mais séria ainda. O Papai Noel vai trazer presente para mim.

Somado a esses contextos, normalmente as Instituição Educacionais criam situações, nas quais sentem-se na obrigação de dar presentes as crianças; as famílias nas datas comemorativas.  As Realidades criadas, muitas vezes acabam sendo uma atribuição a mais no currículo da escola e que não seria  seu papel. No entanto, educar para a cidadania é papel da educação.

A comunidade educativa, do CMEI Dr. Eraldo Kuster fundamentada nesses pressupostos, consciente de que as comemorações de Natal estão na cultura de todas as crianças e famílias do CMEI, na reunião do Conselho, foi acordado que seria proposto as crianças e famílias a troca de presentes entre as crianças.

Fora organizada uma árvore de natal decorada com envelopes contendo os nomes das crianças. Para evitar constrangimento das famílias e crianças, na porte de fora do envelope colou-se apenas a consigna menino, ou menina e a idade da criança. Dentro do Envelope estava o nome da criança. Na sequência oportunamente e de forma livre, as crianças e as famílias, que desejassem poderiam pegar um envelope na árvore; e, não seria amigo secreto, mesmo porque guardar segredo nessa idade, nem pensar. Após a criança escolher um envelope na árvore a família revelaria o nome do amigo (a) da criança e dentro das possibilidades levaria a criança junto para escolher o presente ao amigo (as). As propostas aconteceram através de conversas entre as crianças com a mediação das professoras; com bilhetes na agenda das crianças, conversas e esclarecimentos na porta, nos momentos de entrada e saída das crianças.

Quanto ao resultado, não poderia ter sido melhor. As crianças, como era esperado, agiram de formas diferentes. Houve aquelas que no primeiro momento não queriam pegar o nome do amigo; queriam pegar o nome delas e comprar o presente para elas.  Mas com a incentivo e explicações da família e professores, acabaram gostando da ideia de pegar o nome do, da amigo (a). Houve ainda as crianças que quiseram pegar mais de um nome, assim como houveram famílias que por razões particulares não pegaram envelopes. Tudo aconteceu sem constrangimentos.

Fato, em pouco tempo já não tinha mais nome na arvore, muitas famílias levaram nomes para os familiares apadrinhar e claro que nós também nos programamos com padrinhos para garantir que não tivesse muita diferença entre um presente e outro, já que as crianças iriam abrir os presentes na troca entre elas

Na hora de escolher o presente ao amigo (a), algumas famílias relataram que tiveram que comprar um presente ao filho (a) e outro ao amigo (a); que já foi bom, por mais que talvez a criança tenha pensado em si primeiro, ela pensou no amigo também, percebendo que existe mais alguém além dela..

Receber presentes do Papai Noel, com certeza alegram e muitoas crianças, no entanto, a demonstração de alegria; as trocas de abraços, de sorrisos entre ascrianças ao dar e receber presentes, foram cenas emocionantes, encantadoras, de valor imensurável; As crianças no campo das experiências tiveram a oportunidade de se perceberem como sujeitos na construção de si mesma  e do, da outro (a) (eu sou capaz de escolher um presente ao meu amigo (a) e deixa-lo (a) feliz com a minha escolha).

Educar para a cidadania, há isso é papel da escola, do CMEI. Nossas crianças são cidadãs do hoje que marcarão significativamente a sociedade do amanhã; não porque estamos preparando-as para o amanhã, mas porque estamos dando a elas a oportunidade de viverplenamente o hoje.

 

Autor: Dr. Eraldo Kuster, CMEI | Fonte: Ivete Bussolo
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