Vinte professores da rede municipal de ensino de Curitiba aproveitaram as férias para trocar de lugar e virarem alunos. Desde a última sexta-feira (18/1) o grupo participa do curso “Propostas para o Ensino de Música em Escolas Regulares”, uma das 130 formações oferecidas na 36ª Oficina de Música de Curitiba. O evento é promovido pela Prefeitura de Curitiba, por meio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).
A participação dos professores no festival, considerado um dos mais importantes eventos de formação musical, que reúne 2 mil músicos e instrumentistas do País e exterior, é fruto da parceria entre Fundação Cultural de Curitiba e a Secretaria Municipal da Educação.
O curso é ministrado pela doutora em Educação-Currículo e especialista em Pedagogia Musical, Enny Parejo, de São Paulo, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). As aulas acontecem até esta terça-feira (22/1).
Os professores têm se dedicado à reflexão da música como estratégia para o desenvolvimento humano. “A função da música é clarificar as grandes ideias filosóficas e científicas do tempo presente”, defendeu Enny Parejo, durante a oficina.
São aproximadamente 20 horas de formação, com a abordagem em conteúdos como pesquisa e ecologia sonora; desenvolvimento de matérias; sons e a relação com os ambientes; escuta, reconhecimento e produção de sons.
Educação musical
Baseado nos conceitos do pedagogo musical alemão naturalizado brasileiro Hans-Joachim Koellreutter, cuja trajetória influenciou fortemente a história moderna da música no Brasil e que desenvolveu um projeto de educação musical voltado à formação integral do ser humano, e de Murray Schafer, músico, compositor, ambientalista e defensor de conceitos contemporâneos como paisagem sonora e ecologia acústica, os professores estão discutindo e construindo caminhos para abordar a música na escola a partir de outras perspectivas.
A intenção do curso, destacou Parejo, é provocar os professores para diferentes formas de organização de conteúdos em projetos de trabalho nas escolas. “É um estímulo para saírem do escopo filosófico e avançarem na criação de novas atividades, para o desenvolvimento de atitudes humanas que interajam com o silêncio, para conduzirem estudantes a espaços onde possam coletar sons e refletir como cada cidadão, por meio dos seus sons, podem influenciar o meio ambiente”, disse Parejo
Ensino musical
Teresa Piekarski, que integra a Gerencia de Educação e Cultura da Secretaria Municipal da Educação, considera o espaço aberto à participação dos professores na Oficina um importante investimento nas carreiras. “É uma oportunidade muito significativa para refletirmos e pensarmos a educação musical na rede municipal. Enny nos oferece uma proposta metodológica para sala de aula associada a reflexões teóricas sobre o ensino musical na escola”, explicou Teresa.
Para a professora Ana Paula de Souza, da Unidade de Educação Integral (UEI) da Escola Municipal Ditmar Brepohl, no CIC, dedicar dias de seu descanso à formação foi uma decisão correta. “Construí um novo olhar para a educação musical na perspectiva de sensibilizar os estudantes para os sons que eles ouvem e criam”, disse Ana Paula.
A ampliação do referencial teórico e a troca de práticas e experiências com professores de outras redes de ensino, de outras cidades e estados também convenceram a professora Agna Patrício, da UEI Santa Ana Mestra, no Campo de Santana, de que participar da Oficina de Música foi uma boa opção para as férias.
“A música não começa no instrumento, ela inicia no nosso corpo e ampliar esses referencias me motivou a iniciar o ano escolar com ideias para muitos trabalhos”, contou Agna.
Foto: Cido Marques/FCC
Autor:
Educação e Cultura
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Fonte:
Prefeitura Municipal de Curitiba