Você já ouviu alguém perguntar ou, já se perguntou um dia por que os bebês choram? Então? vem comigo embarcar nessa fase para conhecer um pouco mais sobre o universo infantil. São muitos processos de descobertas, transformações, adaptações e aprendizagens, tudo acontecendo ao mesmo tempo desde o seu nascimento.
Os bebês choram porque acabaram de chegar e para eles tudo é novidade, quando digo tudo me refiro a tudo mesmo. A maneira de respirar muda, de se acomodar agora já não mais imerso na água, muda também. Agora fora do ventre de sua mãe o bebê pode sentir, vivenciar, conhecer, explorar o ar, as texturas, temperaturas, aromas, sabores, sons, ruídos, luzes, cores. Os bebês sentem muitos desconfortos por não compreenderem e ou, até mesmo por não estarem acostumados com tantas novidades. Assim de repente, ou melhor dizendo logo ao nascer eles sentem fome e precisam agir rapidamente para saciar esse desconforto, precisam aprender a sugar e mamar. Por um tempo ainda acreditam que estão no ventre da mãe, por um tempo ainda acreditam ser uma extensão da mãe, levam um tempo para descobrirem que são outra pessoa, descobrirem as partes do seu corpo e que são capazes de agir por conta própria, para algo aparentemente simples, como por exemplo, tocar num objeto. Seu cognitivo com seus bilhões de neurônios estão trabalhando a todo vapor para se adaptar ao novo ambiente, para aprender a sobreviver, para conviver, conhecer, explorar, descobrir e compreender o mundo que o cerca.
O primeiro ano de vida é a fase que o ser humano mais aprende e evolui estrondosamente num curtíssimo espaço de tempo.
Tudo parece uma confusão em meio a tantas perguntas que nós adultos nos fazemos ao estarmos em contato direto com os bebês quando estão a chorar. Será que tem frio? Está com fome? Está com a fralda cheia? Está com sono? Sente dor? Está com calor? Quer colo? Mamá? Mamãe? O adulto precisa de muita calma nessa hora, não é necessário tanta bagunça mental, ao tentar entender os bebês, podemos acalmar o nosso caos e desequilíbrio emocional, para só assim buscar compreender que o choro nada mais é que uma forma de comunicação e faz parte dos bebês. A partir do momento que o adulto conhecer melhor o bebê irá diferenciar cada choro e incrivelmente poder saciar cada desejo e/ou necessidade fisiológica, bem como, emocional num estalar de dedos. Será capaz também de compreender o jeitinho, as manias, o que agrada e desagrada, os horários em que a criança sente sono, fome e até quase que prever o período de evacuação, é fascinante e extraordinário perceber que o contato com os bebês e crianças bem pequenas, tornam o olhar dos adultos mais treinados para enxergar os detalhes. Desta mesma forma posso afirmar que são muitas emoções num único período, quem dirá durante o dia todo. O bebê tem um vasto universo infinito para conhecer e em cada fase irá aprender de uma maneira diferente, nesta primeira fase os bebês aprendem de maneira sensorial, ou seja, eles aprendem sobre o mundo ao seu redor ao observar, ouvir, tocar, cheirar e provar diferentes objetos e experiências. Isso ajuda no desenvolvimento cognitivo, emocional e motor dos bebês. Sendo assim, diariamente os bebês são estimulados para que possam desenvolver-se de maneira global, saudável e satisfatória. Além do mais, os bebês fazem muito mais que apenas chorar, ou seja, além de expressar seus desagrados e desconfortos, eles expressam suas emoções e sentimentos, aprendem a conviver, comunicar-se e pertencer, com a sua maneira única e especial de ser, criam vínculos afetivos, vivenciam momentos encantadores e especiais, riquíssimos de sentido e significados que farão parte da sua vida adulta. Com a aprendizagem da fala o choro não será mais a forma de comunicação mais utilizada pelos bebês e crianças bem pequenas, por enquanto que tal aperfeiçoamos nosso olhar sensível e nossa escuta ativa, para enxergarmos os detalhes e a beleza desta primeira fase da infância? São tantos encantamentos deslumbrantes, garanto que valerá a pena apreciar.
Autor:
CMEI Hermes Macedo, Professora Leandra, Berçário I
|
Fonte:
Professora Leandra Bampi