Histórias e características de personagens populares de Curitiba foram apresentados na última terça-feira (14/8) a 180 profissionais da Rede Municipal de Ensino, que assistiram à comédia musical “Boca Maldita”, no Teatro Lala Schneider. A peça, que retrata tipos icônicos da cidade, é uma das 285 ações que integram a Semana de Arte, Cultura e Literatura, voltada à formação de servidores municipais das áreas da educação e cultura e aberta também à comunidade.
Produzida por João Luiz Fiani e inspirada no livro “Cada um cai do bonde como pode”, escrito pelo prefeito Rafael Greca em 1973, a peça fala de personagens reais que transitavam naquele período pela Boca Maldita, no centro.
A plateia gargalhou, suspirou e se emocionou ao ver no palco características de moradores ilustres da cidade, como o ator e diretor teatral brasileiro José Maria Santos; o poeta e escritor Paulo Leminski; e o trompetista que virou lenda na boemia, Saul Trumpet.
“São personagens que transitaram pelas nossas ruas desde os tempos da modesta cidade que rumava em direção à diversidade, ao progresso, à crítica até a constituição da capital sustentável”, diz Fiani, sobre a peça.
Borboleta 13, corre hoje!
O bordão “Borboleta 13, corre hoje!” gritado na Rua XV de Novembro sempre de forma imponente pela vendedora de jogo de azar Teresinha Leonice Hevane, conhecida como “A Mulher da Cobra”, é um dos bem humorados resgates feitos pela peça.
“A ideia é mostrar que cada pessoa tem um papel importante na história dessa cidade e que, ao nos assistir, os servidores possam levar, além do conhecimento, o sentimento de pertença e o amor a Curitiba, essa cidade de tantas as gentes”, disse a atriz Ingrid Bozza, que interpretou a Mulher da Cobra.
Para a professora Mere Helen Bezerra Alves, assistir ao espetáculo gerou uma reflexão sobre quem são os cidadãos que fazem o dia a dia da cidade acontecer. “Curitiba se faz de pessoas trabalhadoras, professores, comerciantes, operários e uma infinidade de profissionais que gostam de morar aqui e, com ou sem frio, reverberam uma história bonita de ser contada”, disse Mere Helen.
Quando escolheu a peça na ampla programação oferecida pela Semana de Arte Cultura e Literatura, a professora Franciane Picheth, da Escola Municipal dos Vinhedos, em Santa Felicidade, esperava ver uma apresentação simples de artistas de rua, que representariam caricaturas de pessoas comuns e engraçadas.
O espetáculo, no entanto, conta a professora, a fez ter um outro olhar sobre cidade. “Essa possibilidade de ampliação de repertório cultural me deu a importância da constituição de Curitiba em seu cenário mais comum: o dia a dia feito de uma coletânea de pessoas”, disse Franciane.
A professora acredita que a diversidade faz a cidade ser bela e amada. “Esse contexto mostra que é importante investir na formação dos pequenos para que Curitiba continue sendo um bom lugar no mundo pra se viver”, disse a professora.
Protagonismo Profissional
A Secretaria da Educação trabalha para o protagonismo profissional incentivando os servidores a participarem, de forma intencional e reflexiva, de atividades integradoras, para à valorização de suas trajetórias seja nos processos de ampliação de repertório cultural, pedagógico ou de qualificação profissional.
A realização da Semana de Arte, Cultura e Literatura, em parceria com a Fundação Cultural, tem esse objetivo. O evento, iniciado no último dia 13 e que segue até sábado (18/8), oferece 18.900 vagas, em diferentes ações artísticas e culturais, por toda a cidade.
“O evento é um exemplo de ação que reverbera no investimento e na valorização do profissional buscando a ampliação da qualidade do ensino oferecido no município”, explica secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila.
Veredas Formativas
A realização do evento integra as ações do Veredas Formativas, o novo programa de formação profissional dos servidores da rede municipal de ensino. O programa oferece diferentes formatos de cursos, mini cursos, oficinas, seminários e outras ações formativas.
“É um conceito do protagonismo que aproveita a ‘expertise’ do profissional para poder trabalhar com sua real necessidade de desenvolvimento, buscando na formação em contexto, um conjunto de atividades que visam a ampliação teórica e prática de conhecimentos que estão além da atuação profissional”, acrescenta Maria Sílvia.
Autor:
Educação e Cultura
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Fonte:
Cidade do Conhecimento