Curitiba Cidade Educadora!

    Publicado por:  Caroline Kupczki Krezko

 

Sentar-se em círculo e conversar. É uma estratégia bastante eficiente para uma conversa horizontal democrática. Sendo também um bom método para afetar as pessoas e ser afetadas por elas.

As pessoas se olham enquanto conversam e o olhar identifica expressões, gestos que aproximam e envolvem aqueles/as que estão se olhando, conversando, pela fala, pela emoção, os sentimentos...

Diante da proposta dada as professoras de escolher e levar ao CMEI imagens, objetos, relatos que marcaram a história delas com a história da cidade de Curitiba, revelando as memórias afetivas proporcionadas pela Cidade Educadora; revelando assim a influencia da Cidade no nosso jeito curitibano de ser.

Os relatos, e gestos revelaram a interessante relação de cada professora com Curitiba. Todas têm uma memória afetiva marcante.

As professoras nascidas em Curitiba carregam na fala um orgulho muito grande de serem curitibanas, tendo uma memória afetiva, bem marcada pelas experiências da infância a lugares, especialmente parques e até do Shopping Muller, em que passeavam com as famílias. Falaram das mudanças na geografia, das transformações dos espaços turísticos.

As professoras que vieram de outras regiões do Brasil também têm uma memória afetiva bem significativa; falaram do impacto sentido ao chegar a Curitiba, principalmente pelo frio. Adoravam usar cachecol, lenços. Coleções de toucas Joana Darc; do frio que não tinha fim, o sol que não aparecia, as mães que colocavam tantas roupas nelas que não conseguiam se mexer, a beleza dos prédios... E, depois com os filhos, as idas com a família inteira, aos domingos e feriados nos parques, nos bosques onde faziam piquenique, churrasco e lá passavam o dia. O passeio público era o mais visitado, na sequencia o Tanguá. Os passeios no ônibus que levam aos pontos turísticos e que levam os parentes e amigos que vêm de fora. Elas trouxeram muitas informações em relação à cidade: o Arco da Bailarina no Museu Oscar Niemeyer, que a maioria das pessoas acham que é um olho; Falaram das imagens de professores que foram do Instituto que estão nas paredes da Escola e de uma em especial de 1886 e que ela segurava uma lupa diante do olho para enxergar. Da prefeitura que ficava na Praça Generoso Marques, a professora que conhecia a família do Victor do Amaral que fundou a UFPR, do mais antigo Shopping de Curitiba o Itália; outras foram marcadas pelo pinhão preparado na chapa, ou cozido e ainda que Curitiba seja elogiada por além, da beleza da cidade, dos parques, cidade limpa e ainda tem um turismo barato. É possível visitar lugares lindos sem gastar... É impossível morar em Curitiba sem ser guia turístico. Sempre vêm os visitantes e até mesmo o Shopping são lugares procurados pelos turistas. Uma professora levou uma cartinha que ela escreveu quando estava no pré do CEI José Lamartine sobre o que ela queria ser quando crescer e na carta dizia que ela queria ser professora! Entre as tantos objetos, fotografias o que mais chamou atenção foi o da Isabela. Ela levou um Certificado de nascida no ano em que Curitiba fez 300 anos, na gestão Greca. 

As professoras trouxeram muitos saberes da experiência. Fizeram análises sobre o comportamento dos Curitibanos, eles são mais reservados pela educação européia de não conversar com estranhos, uma vez que Curitiba era uma rota de passagem; pelo frio e a falta de sol interferem no humor dos habitantes, mas que tem mudado criou-se uma cultura bem humorada, que acabou sendo incorporadas nos comportamentos dos Curitibanos de carregar um guarda roupas ao sair de casa e também as pessoas que migram para Curitiba interferem no comportamento. Todas essas análises fazem com as pessoas levam com mais bom humor as intempéries do clima e ainda estão encontrando alternativas de se divertir e aproveitar a vida, mesmo na garoa, no frio e nas tantas mudanças da cidade.

A riqueza da história das professas, as experiências vividas na infância e nos tempos atuais, demonstraram que realmente a nossa Cidade é Educadora e com certeza, as experiências vividas pelas crianças de hoje, as aprendizagens trazidas de casa e que acontecem no cotidiano dos Centros de Educação Infantil estão diretamente contextualizado a nossa Cidade que educa pela cultura da infância, cultura das famílias, da comunidade educativa e cultura da cidade. São muitos os saberes e muitas experiências vivendo nessa nossa Amada Cidade Educadora... 

Autor: Dr. Eraldo Kuster, CMEI | Fonte: Ivete Bussolo
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