Brincar para Construir Mundos

    Publicado por:  Ana Beatriz Souza Cerqueira

Em nosso 6º Diálogo formativo, que aconteceu dia 15.06, tivemos a possibilidade de ouvir a professora Catarina Moro conversando conosco sobre a potência do brincar.  A professora Catarina Moro é de casa, acompanha o desenvolvimento do nosso quintal e já conhece as práticas do nosso CMEI, nossas crianças, foi um prazer imenso ouvi-la. Agregar conhecimentos, partilhar experiências, esclarecer dúvidas, visualizar novas estratégias, tudo pensado sob a perspectiva das crianças, que tem o BRINCAR, como essência. Como aproveitar esse novo aprendizado para melhorar nossa prática cotidiana da instituição. Enfatiza a partir de Donatela Savio (2011) que:

“promover a brincadeira por promover a brincadeira porque é a dimensão de realidade que caracteriza a infância: é a criança, é a “sua voz”, é seu direito;  é em si uma experiência existencial significativa, como experiência estética, que enraíza, enriquece, fortalece o prazer e sentido do viver (Convenção dos direitos das crianças, art.31, 1989)

Dividiu conosco a experiência de pesquisa na Itália, com as professoras Anna Bondioli e Donatella Sávio, significando o brincar das crianças, sendo eixo estruturante da educação infantil, compreendendo como linguagem, sua concepção dentro da história e seus diferentes entendimentos. Na experiencia italiana, as crianças se organizavam em grupos de diferentes faixas etárias na escola, de acordo com seus interesses, e não por turma. Nos provocando a olhar que o que unia essas crianças era a brincadeira simbólica de faz de conta, observada pelas professoras da escola e desencadeava a pesquisa de diferentes assuntos a partir do interesse das crianças, assim como proximidade e interações. Eram diferentes contextos numa mesma unidade, onde pelo período de aproximadamente de uma hora e meia todos os dias esses grupos exploravam o contexto escolhido e podiam dar continuidade em seus enredos já iniciados.  Vivenciam as experiências a respeito do tema que as uniu. E as professoras, ao lado das crianças, estavam atentas e disponíveis para instigar novas possibilidades, ampliavam repertórios com perguntas, imagens, novas possibilidades de brincar, onde a prática de registrar por meio de anotações os enredos e as curiosidades apresentadas durante a brincadeira. Estas observações eram dialogadas com as crianças nas mini assembleias, como um feedback, no começo e final das brincadeiras, as quais provocavam o diálogo sobre as necessidades do grupo e sobre dar continuidade, alimentar e qualificar a brincadeira.

Por meio de tais reflexões pudemos retornar ao nosso quintal e pensar em nossa realidade, pensar essa construção a partir do Brincar. Pensar o quanto a cultura de pares se faz presente neste processo e o real significado do protagonismo infantil. Dialogamos sobre como criar contextos potentes para que diferentes experiencias se efetivem no dia a dia da unidade, sem pensar em produtos, mas olhando para todo o processo e para o envolvimento das crianças. É ter ciência que o brincar é o ponto central do currículo, que neste processo, se articulam os campos de experiencia e garantimos os direitos de aprendizagem.

Foi muito bom esse dialogo e partilha de novos aprendizados, gratidão Profª Catarina por esses momentos.

 

Autor: Leslie Claus Hartin | Fonte: CMEI Centro Civico
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Brincar para construir mundos
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