No mês de setembro, tivemos mais uma reunião online com as famílias e crianças de nosso CMEI, com o tema “brincar na natureza”. Durante a semana que antecedeu este dia, preparamos o coração de todos com mensagens, falando sobre o meio ambiente, a nova estação que se aproximava (primavera), enviamos no kit pedagógico mais um pacotinho com frutas, sementes e um pedaço de toalha quadriculada, incentivando a comunidade a realizar com as crianças, um gostoso piquenique no final de semana, no quintal de casa ou num parque. Naquele sábado, tivemos uma pequena fala sobre a construção da cidadania socioambiental na comunidade educativa e a importância da criança brincar na natureza.
A fala apontava que, na educação temos a preocupação em cultivarmos sentimentos e valores éticos que perpassam pela intencionalidade de construir um mundo melhor para e com os bebês e as crianças, no qual valores como respeito, responsabilidade, cuidado, tolerância, alteridade, cooperação e solidariedade são fundamentais ao processo de formação socioambiental cidadã e precisam ser incentivados no cotidiano, em ambientes naturais e construídos por meio de palavras e gestos, nas interações e na brincadeira.
As interações e a brincadeira são os eixos estruturantes das práticas pedagógicas na educação infantil por meio dos quais bebês e “crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização”. (Brasil, 2018). A brincadeira, como prática social e cultural, marca intensamente a infância e é o modo como os bebês e as crianças podem conhecer-se, sentir e compreender o mundo, dando significado às relações e às interações que sustentam as aprendizagens e o desenvolvimento.
Richard Louv, jornalista, escreveu acreditar que as crianças brasileiras, assim como as crianças de todo o mundo, estão sofrendo de “transtorno do déficit de natureza”. Neste aspecto, os alertas são que as crianças estão desenvolvendo em casa e no CMEI, apenas dois sentidos: visão e audição. Afinal, o Direito da criança brincar na natureza é previsto em Lei, a Constituição Brasileira, toca no assunto nos Artigos 225 e 227, dizendo: “que todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente, equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida saudável” e os pediatras também orientam e aconselham as interações e brincadeiras na natureza, até porque, já está comprovado que as crianças que tem esta questão respeitada, sofre menos de depressão, ansiedade, problemas cardiovasculares, respiratórios, diagnósticos de TDAH, dislexia, obesidade, entre outros.
Afinal, brincar é um impulso da criança, como uma força da natureza. Brincando, a criança se desenvolve de forma integral, conhece sobre si, o outro e o mundo.
Pedagoga: Alvaides R. Feldkircher
Inspiração: Tempo de creche
O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE CURITIBA PÁGINA 47 E 79
Autor:
ALVAIDES R. FELDKIRCHER
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Fonte:
CMEI BAIRRO NOVO