A linguagem da Música e do Teatro encantando o Encontro do Berçário e Maternal I

    Publicado por:  Ana Beatriz Souza Cerqueira

As crianças de 1 a 2 anos das nossas turminhas, vivem a cantarolar, mexer o corpo e não resistem a uma boa música. As músicas do cancioneiro infantil são as que elas gostam. Buscamos compreender essa criança dentro da sua inteireza, garantindo à ela momentos para ser, estar e viver o cotidiano do CMEI, com experiências as quais fazem sentido a ela. O nosso olhar se volta para enxergar quais as linguagens dialogam com este corpo e suas experiências, no sentido de sustentar e apoiar as suas ações.  Assim compreendemos a música e o teatro, como uma linguagem que oportuniza formas de manifestações, que permite que as crianças utilizem o corpo, a fala, a plástica,o desenho, a literatura, a dança, a música, a pintura, o canto, o gesto e a narrativa, expressando suas próprias vivências, pois essas linguagens e os diversos modos simbólicos do teatro e da musica se conectam. Um encontro potente de trocas de olhares, gestos, risos, choros e palavras. A reflexão se pauta a partir desta perspectiva em um universo de possibilidades, que desperta a criatividade, o lúdico e a liberdade de expressão, sendo uma arte que imita a vida. Malaguzzi se referia a estas linguagens como expressão, comunicação ou recurso de experimentação, talvez quisesse sublinhar a necessidade do olhar do outro, da presença presente, de alguém que nos olhe, para ele todos têm o privilégio de se manifestar em uma pluralidade de linguagens que devem ser validadas, ressaltadas e respeitadas.

Neste contexto, a nós, enquanto equipe fica a reflexão de como conectar todo esse olhar e experiências vividas com as crianças no cotidiano do CMEI, a esse momento que estamos vivendo de distanciamento social. Assim em nossos diálogos semanais, e neste tempo das gentilezas, a nossa querida parceira Nádia Opalinski presenteou as crianças do Berçário e Maternal I, com um lindo e sensível encontro no dia 03.06.  Marcado pelo encantamento do teatro, e da música, com materiais não estruturados, como colheres de pau, lençol, pote plástico, colher de alumínio e tampas de panelas, afim de potencializar as experiências das crianças durante o processo criativo, pois os bebês  exploram suas características e possibilidades, testam hipóteses, acham outras funções e experimentam o prazer de criar e recriar a própria brincadeira.

Esse potencial investigativo e criativo permitiu que estas materialidades se  transformassem em instrumentos musicais para acompanhar a música “O que tem na sopa do Neném", e em cada música cantada foram surgindo inúmeras possibilidades, o lençol magico que possibilitou o esconde-esconde,  a música "a janelinha abre", quando o sol está aparecendo ... a história da "Galinha e os pintinhos" e até o "jacaré" apareceu fora da lagoa... nossa tarde de quarta-feira chuvosa e fria foi marcada por risos e a alegria de podermos estar perto uns dos outros nesse encontro recheado de carinho e encantamento.

A nós, fica o sentimento de gratidão à Nádia pela linda partilha, por proporcionar essa conexão com o cotidiano vivido e com as linguagens da criança. E pela oportunidade de trazer alegria, em um tempo que a dificuldade se diluiu no pulso de vida e na esperança de estarmos novamente juntos.

Gratidão resume todo esse momento!

Autor: Profª. Débora Aparecida de Oliveira | Fonte: CMEI Centro Civico
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Encontro 03.06
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